Regiões Norte e Nordeste, as principais vítimas do tarifaço brasileiro
O Brasil é um país diversificado em termos de produção e exportação. No entanto, duas regiões têm se destacado como as mais afetadas pelo tarifaço comercial imposto pelo governo dos Estados Unidos: o Norte e o Nordeste.
A taxa de 50%, que entrou em vigor em 68, tem causado impactos significativos nas cadeias produtivas dessas regiões. De acordo com um estudo liderado pelo pesquisador Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), apenas 3,9 das exportações da região Norte e 11,1 das exportações do Nordeste têm como destino os EUA.
Isso acontece especialmente em cadeias com menor capacidade de absorção interna e forte concentração em pequenos produtores e cooperativas. Ataliba destaca que o mel natural exportado pelo estado do Piauí é um exemplo dessa situação. Além disso, as frutas frescas embarcadas em Pernambuco e na Bahia também estão sendo afetadas pela taxa.
Segundo os dados do estudo, a Região Norte foi a mais atingida pelas exportações para os EUA. O Ceará é o estado que registrou o maior percentual de exportações para os EUA no ano passado. Os números mostram que a região se concentra em produtos como frutas frescas e mel natural, que são altamente dependentes da capacidade de absorção interna.
O Nordeste também está sendo afetado pelo tarifaço, embora de forma diferente. A região tem uma maior diversificação das cadeias produtivas, o que significa que há mais produtos exportados para os EUA. No entanto, a taxa de 50% ainda é alta demais e está causando impactos significativos.
Ataliba destaca que a situação do Nordeste é complexa e envolve muitos fatores. Além da taxa, a região enfrenta outros desafios como a infraestrutura deficiente e a falta de investimentos em inovação tecnológica. Isso pode dificultar a capacidade das empresas nordestinas de se adaptarem ao novo cenário.
O governo brasileiro tem reagido à situação com medidas para apoiar as empresas afetadas pelo tarifaço. No entanto, é claro que mais precisa ser feito para proteger os interesses dos produtores e exportadores da região Norte e Nordeste. O apoio às pequenas e médias empresas, a inovação tecnológica e a melhoria da infraestrutura são apenas alguns exemplos de medidas que poderiam ajudar.
Em resumo, o tarifaço imposto pelo governo dos EUA está tendo um impacto significativo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A situação é complexa e envolve muitos fatores, incluindo a capacidade de absorção interna, a infraestrutura deficiente e a falta de investimentos em inovação tecnológica. É importante que o governo brasileiro continue a apoiar as empresas afetadas e implemente medidas para proteger os interesses dos produtores e exportadores da região.